quinta-feira, 16 de outubro, 2014

Novas lavadoras reduzem venda de sabão nos EUA

Após comprar uma máquina de lavar roupa de alta eficiência, Stephen Asbel descobriu que usar a quantidade normal de sabão transformava as roupas de sua família em um amontoado cheio de espuma. Por isso, ele reduziu a medida. E depois reduziu um pouco mais.
Essa experiência é típica de pessoas que passam a usar as novas lavadoras e é uma má notícia para fabricantes de sabão como a Procter & Gamble (P&G) e a Church Dwight, que já estão enfrentando quedas nas vendas. Seus produtos -- que antes eram derramados sobre a roupa na proporção de uma tampa de dosagem cheia - já não precisam ser usados na mesma quantidade.
"Cada lavagem requer muito menos sabão do que eu usava na nossa antiga máquina convencional", disse Asbel, advogado de 50 anos de Wynnewood, Pensilvânia, Estados Unidos. "Eu quero evitar que minhas roupas precisem de um enxague adicional".
As lavadoras de alta eficiência são apenas um item em uma longa lista de problemas para as fabricantes de sabão, que estão enfrentando pressão para reduzir os preços, uma mudança do consumidor para marcas mais baratas e o surgimento de máquinas de maior capacidade, que exigem uma quantidade menor de cargas.
Com as máquinas mais antigas, colocar um pouco de sabão a mais de fato não representava um problema. Essa abordagem não funciona com os modelos novos que que usam menos água. E também pode anular a economia de energia das máquinas, disse Mary Zeitler, cientista de consumo da fabricante de eletrodomésticos Whirlpool, dona da marca Brastemp. Por isso, os consumidores estão se tornando mais cuidadosos.
Isso está contribuindo para uma queda de longo prazo nas vendas de sabão nos EUA, disse John Owen, analista da Mintel. Elas tiveram um declínio de 6,4% entre 2009 e 2013 e não ocorrerá nenhuma recuperação tão cedo, segundo a Mintel. As vendas nessa categoria cairão mais 5,9% por cinco anos até 2018, estima a empresa.
Essa mudança é um "golpe duplo" para a P&G e outras empresas que vendem mais produtos premium, porque os clientes que trocam de lavadora tendem a ser os mesmos que compram um sabão mais caro, disse Javier Escalante, analista da Consumer Edge Research em Stanford. Procuradas, a P&G e a Church Dwight não comentaram o assunto.
Um lado positivo para a indústria de sabão são os pacotes com porções pré-medidas, como o Tide Pods, da P&G. Muitos consumidores migraram para a conveniência de poder usar um pacote por lavagem na máquina e não precisarem medir. Esses pacotes respondem, agora, por cerca de 13% das vendas de sabão líquido, segundo relatório da Sanford C. Bernstein Co. em Nova York. Mesmo assim, a demanda mais baixa de sabão está reduzindo o crescimento desse mercado.qL
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