segunda-feira, 13 de outubro, 2014

Mercedes-Benz vê melhora só no fim de 2015

São Paulo - A Mercedes-Benz está reorganizando sua estrutura de produção de caminhões, no Brasil, com o objetivo de ampliar a competitividade. A marca alemã está otimista, mas avalia que o mercado só deve experimentar uma retomada no final de 2015.
"A demanda existe, mas este setor é muito volátil no Brasil. Precisamos nos preparar para um 2015 difícil", afirmou na sexta-feira (10) o presidente da unidade brasileira, Philipp Schiemer.
Para o analista da consultoria automotiva MSXI, Arnaldo Brazil, há uma demanda reprimida por caminhões no País, principalmente por parte do agronegócio. "A queda que o mercado vem experimentando nos últimos dois anos é apenas um soluço. O Brasil ainda é muito carente de rodovias e a previsão de safras recordes deve alavancar novamente as vendas de caminhões", conta o analista.
A Mercedes irá transferir a linha de produção do caminhão leve Accelo da planta de Juiz de Fora (MG) para São Bernardo do Campo (SP) a partir de 2016. Em contrapartida, a área de pintura de cabinas de todas as linhas do ABC será transferida para a cidade mineira, que vai permanecer com a linha do extrapesado Actros. "Nossa linha de pintura em Juiz de Fora é o estado da arte, uma das mais modernas do mundo", diz Schiemer.
Para reorganizar a estrutura, a marca irá investir R$ 500 milhões (entre 2015 e 2018) em São Bernardo e R$ 230 milhões na unidade mineira, investimentos adicionais aos que já estão em curso.
Para realizar o aporte, a Mercedes precisou fechar um acordo com o sindicato dos metalúrgicos do ABC. "Ganharemos escala em Juiz de Fora e espaço em São Bernardo", afirma Schiemer. Ele destaca que, com isso, os custos serão otimizados, já que a planta paulista está estrategicamente instalada em termos de logística e fornecedores.
Emprego
O presidente da Mercedes também garantiu que a decisão de reestruturação não irá afetar o nível de emprego em nenhuma das plantas. "Isso só aconteceria se a retomada do mercado não acontecer".
Hoje, cerca de 170 funcionários estão em regime de lay-off (suspensão temporária do contrato) em Juiz de Fora e 1,2 mil em São Bernardo. "Estamos discutindo com o sindicato do ABC para achar uma saída para driblar a baixa do mercado", destaca Schiemer.
A produção da Mercedes, neste ano, ainda deverá ser afetada pela Argentina, destino de 90% das exportações da empresa. "Estamos vendendo para alguns outros países, mas a quantidade é pequena. É difícil recuperar mercado tão rapidamente", destaca.
Com isso, a marca alemã deve ter uma queda de 50% das exportações em 2014, para cerca de 4 mil caminhões.
Diário Comercio Indústria & Serviços - 13/10/2014
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