Quando se trata da BIC, a primeira ideia que vem à cabeça da maioria das pessoas é a da famosa caneta esferográfica. Mas a companhia francesa também quer ser lembrada pela alta tecnologia no desenvolvimento de barbeadores, especialmente produtos de maior valor agregado. Mundialmente, a empresa já é a vice-líder na produção de lâminas de barbear, com nada menos do que 3 bilhões de lâminas fabricadas por ano.
Agora, como parte da estratégia de crescimento, a companhia escolheu o Brasil para fazer o lançamento do barbeador BIC Flex4. “Este é sem dúvida um marco histórico para a empresa e o produto é o resultado de cinco anos de pesquisas em nosso laboratório na Grécia”, afirma Horácio Balseiro, presidente da BIC do Brasil. Ele informa que o mercado brasileiro representa 13% dos negócios globais da companhia, mas que a meta é “fazer com que o mercado da BIC no país cresça mais do que nas demais regiões da companhia nos próximos anos”.
O segmento de barbeadores é, dentro da BIC, o terceiro maior em vendas, segundo o relatório de desempenho de 2012 e o que mais cresceu no ano passado, quando as vendas globais da companhia chegaram a US$ 2,4 bilhões. Enquanto as vendas de papelaria fecharam o período com US$ 797 milhões e crescimento de 5%, a unidade de barbeadores cresceu 13,8% e fechou o ano com US$ 481,8 milhões em vendas.
O novo produto simboliza a estratégia da BIC de brigar cada vez mais pela liderança do setor no Brasil, que atualmente pertence à Gillette, da Procter& Gamble e com os produtos da Bozzano, da Hypermarcas, que só entrou no mercado de barbeadores em 2005.
A tecnologia de quatro lâminas em um aparelho recarregável, o primeiro da BIC, já é usado pela líder do mercado, mas segundo Emerson Cação, diretor de marketing da BIC, o diferencial do lançamento está no conceito ergonômico do aparelho, que reúne conforto, segurança e alto desempenho. “Fizemos uma pesquisa com 10 mil consumidores na América Latina e 94% deles disseram que trocariam seu barbeador atual para usar o nosso aparelho”, diz.
Segundo o executivo, o intuito é atrair não só esses clientes que já utilizam aparelhos Premium de outras marcas, mas incentivar a migração dos consumidores que até então usavam aparelhos mais simples da própria BIC, mas que estão dispostos a pagar mais pela qualidade superior. “Hoje 75% das nossas vendas são de aparelhos descartáveis, mas queremos que esses consumidores migrem para a linha de barbeadores recarregáveis”, explicou Balseiro.
Inicialmente o produto é importado e está à venda nas lojas da rede Walmart, mas a previsão é de que nos próximos meses chegue a todo o Brasil, nos mais de 500 mil pontos de venda onde a marca está presente. A previsão é de que a partir de 2014 a nova unidade fabril da empresa em Manaus, que abrigará a linha de produção do Flex4 esteja pronta. “Aí começaremos a produzir aqui no Brasil também”, diz Balseiro.
Ele revela que a construção da nova área faz parte do investimento em infraestrutura da companhia para abrigar a produção desta e de outras linhas do portfólio. O valor previsto para 2013-2014 é de R$ 40 milhões. A unidade da BIC no Brasil é a única do mundo que reúne a produção de todas as frentes de produtos em um só lugar. “Geralmente cada produto é feito em uma região”, diz Balseiro.
Nos próximos meses, a BIC prepara novidades. “Já fizemos os lançamentos de volta às aulas do início do ano e estamos preparando o próximo”, diz Balseiro. Ele revela que novidades como pilhas recarregáveis, produtos de papelaria e isqueiros devem ser anunciadas entre este ano e o próximo.
Para continuar crescendo, Balseiro diz que a companhia não descarta novas aquisições, como a que fez em 2006 quando comprou a fabricante de etiquetas Pimaco e em 1997 com a compra da fabricante de canetas Sheaffer. “Estamos sempre de olho em oportunidades, mas ainda não achamos nada que nos interesse”.
Brasil Econômico
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