Tuesday, June 09, 2020

Governo articula planos para fazer crédito chegar às pequenas empresas

O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, afirmou nesta segunda-feira (8) que o governo articula um "plano B" e um "plano C" para fazer com que o crédito chegue às micro e pequenas empresas.
Sachsida deu a declaração ao participar, por meio virtual, de um evento organizado pela Câmara Internacional de Comércio.
Em meio à crise na economia, provocada pela pandemia do novo coronavírus, o governo editou uma medida provisória para garantir crédito às empresas, o chamado Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).
"Existem outras medidas que certamente vão sair. Vou deixar claro, essa é uma cobrança do ministro Paulo Guedes, o crédito tem que chegar nas micro e pequenas empresas. Estamos muito atentos a isso. Estamos trabalhando inclusive em em um plano B e em um plano C", declarou Sachsida nesta segunda-feira.
Segundo ele, integram o "plano A" o Pronampe, o Fundo Garantidor para Investimentos (FGI) e o Programa Emergencial de Suporte a Empregos (Pese).
Segundo Sachsida, as medidas adotadas pelo governo para "irrigar o mercado de crédito" têm tido "sucesso", mas a demanda aumentou "muito".
Sachsida defendeu ainda que o crédito chegue de forma mais simples aos empresários e que, no caso de microempresas, que o Tesouro Nacional garanta 100% da operação.
"O desenho para mim é simples: é aparecer uma mensagem na maquininha de qualquer vendedor. Vem uma mensagem: 'O senhor quer um mês de faturamento da sua empresa de crédito agora?' Aperte 1 para 'sim' e 2 para 'não'. Apertou 1, pimba, o dinheiro está na conta do cara. É assim, para mim, que se faz o crédito chegar na ponta", afirmou.
O secretário ponderou, no entanto, que, na prática, as operações são mais complexas.
“No caso de microempresas eu acho que [a garantia] devia ser 100% do Tesouro. No momento atual, qualquer risco para o banco levará a taxa de juros mais alta”, disse.
Ao discursar no mesmo evento, o diretor de Regulação do Banco Central, Otávio Ribeiro Damaso, afirmou que a situação de micro, pequenas e médias empresas é "mais dramática" porque, segundo ele, a procura por crédito aumentou entre 200% e 300% nesses segmentos.
Damaso destacou, em seguida, que o aumento causa a "sensação" de que falta crédito.
"Quando a gente olha para micro, pequenas e médias empresas a situação é mais dramática. A demanda de crédito cresceu 200%, 300%, segundo uma pesquisa do Sebrae, e mesmo o sistema financeiro concedendo 10%, 20%, 30% a mais de crédito para esse segmento nesse período, visto o crescimento da demanda de 300% fica a sensação que fica é que está faltando crédito para esse segmento", afirmou.
Ao comentar a atuação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nos financiamentos, Adolfo Sachsida defendeu que o Tesouro Nacional participe mais para evitar a falência de empresas. Segundo ele, é preciso manter a base produtiva de grandes e pequenas empresas.
"Eu, honestamente, assino embaixo de que o Tesouro tinha que assumir parte expressiva dessas garantias. Honestamente, no ambiente em que estamos hoje, você vai ter que perder dinheiro para manter a base produtiva. É mais seguro perder um pouco agora e manter a base do que segurar o dinheiro agora e ter uma quebradeira geral daqui dois, três meses", afirmou.
Sachsida afirmou ainda que as demissões não estão maiores porque o governo lançou o programa de suspensão e redução do contrato, com compensação paga pelo Tesouro.
G1 - 08/06/2020
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