Tuesday, December 11, 2018

Mercado prevê mais participação do setor privado nas compras em 2019

Após um ano de grande dependência das licitações públicas, as fabricantes de máquinas de construção esperam maior participação do setor privado nas vendas e projetam um crescimento entre 5% e 15% para 2019. “A Sobratema [Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração] prevê um avanço de cerca de 3% em 2019, considerando que, após um ano de eleição, as compras do governo caem. Mas a Komatsu aposta em 10% a 15% de crescimento no volume de vendas. Acreditamos que as compras privadas superem as do poder público”, avalia o gerente de vendas e marketing da empresa, Luciano do Amaral Rocha. As fabricantes entendem que há um ambiente mais positivo para a retomada da construção civil e de obras de infraestrutura. “Vai haver um impacto maior de ações e políticas públicas ligadas a esses segmentos do que de licitações”, destaca o gerente de marketing América Latina da Case, Mauricio Moraes. O executivo estima melhora de 5% a 10% sobre 2018. “Esperamos que o mercado traga um respiro que permita o repasse de preços. Neste ano, fomos muito pressionados pelo câmbio e matéria-prima, principalmente o aço.” O diretor da divisão de construção da John Deere, Roberto Marques, prevê crescimento de 5% para o setor. “Vai ter menos compras do governo, mas o setor privado vai crescer. O índice da confiança da construção civil é o maior dos últimos quatro anos”, afirma, em referência ao índice medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), que atingiu 84,7 pontos na passagem de outubro para novembro, maior nível desde janeiro de 2015.Rocha aponta que a produção não deve crescer tanto quando as vendas, devido à queda nas exportações. “A Argentina caiu muito e parece difícil que se recupere tão cedo.”O gerente de marketing da New Holland, Giovanni Borgonovo, vê com otimismo o cenário para o próximo ano. “Não deve ser tão forte, mas continuaremos crescendo. Há sinalizações do próximo governo de que vai haver investimentos em obras de infraestrutura que estão paradas.” Ano de recuperação Na visão de Marques, 2018 representou uma melhora significativa, ainda que sobre uma base fraca. “Em 2017, a indústria comercializou cerca de 8 mil máquinas, esse ano deve chegar a cerca de 11 mil.” O executivo da John Deere conta que todos os segmentos apresentaram desempenho positivo. “Houve bastante licitações e vendas de máquinas de terraplanagem, mineração e agrícola. Foi um resultado acima do esperado.” Recentemente, a empresa anunciou que irá nacionalizar, a partir de 2021, a produção de três modelos de motoniveladoras. “Nossa fábrica em Indaiatuba [SP] será expandida em 12 mil m² e gerar 130 empregos diretos”, conta Marques.Rocha define 2018 como um ano surpreendente. “Esperávamos 12% de crescimento de vendas para o setor, mas chegou a quase 40%. A Komatsu conseguiu ficar próxima desses números. A construção reagiu, longe dos níveis de 2013, mas chegou a um patamar interessante.” O executivo destaca que o volume de locações de máquinas teve crescimento. “Isso ocorre pelo momento difícil da economia, mas é um bom sinal. É um indicativo de que as vendas vão crescer.”Moraes entende que o mercado de construção atingiu um patamar distorcido entre 2012 e 2014 e que agora é preciso crescer de maneira sustentável. “Em 2018, houve uma pequena melhora e ano que vem pode ser melhor”, destaca.Borgonovo afirma que a New Holland cresceu alinhada ao mercado. “O ano eleitoral tem um volume maior de licitações, o que gera muitas vendas. Também vimos uma tímida recuperação no setor privado, na construção civil, e apostamos no agronegócio.”
DCI - 11/12/2018
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