Friday, November 30, 2018

Número de vegetarianos salta e exige atenção das varejistas

Se antes o sinônimo de comida vegetariana era apenas salada e legumes, hoje tanto grandes quanto pequenas redes apostam neste nicho e empenham esforços para desenvolver opções mais atrativas. A ideia é atingir um público que, só no Brasil, saltou 75% desde 2012 e soma no mínimo 29 milhões de pessoas, segundo o Instituto Brasileiro de Opinião e Estatística (Ibope). A diretora executiva da GS&Libbra, braço do Grupo GS&Gouvêa de Souza, Cristina Souza avalia a entrada de grandes redes como o Burger King e o McDonald´s neste mercado como uma forma de atrair novos clientes. “O que aconteceu é que os negócios de alimentação entenderam que pessoas vegetarianas e veganas andam juntas com pessoas que não vegetarianas também, por isso é preciso se adaptar a todos os públicos”, comenta. No dia 8 de novembro o McDonald´s lançou o primeiro lanche vegetariano no Brasil, feito com hambúrguer de queijo coalho empanado. A versão sem carne do Burger King foi lançada em 29 de setembro de 2015 e é feita à base de batatas, cogumelos e queijo. “Isso representa uma evolução gastronômica bastante forte com muito mais opções além de apenas saladas, o que traz mais sabor e quebra estereótipos de que comidas a base de plantas não são gostosas”, discorre Cristina. Além de grandes marcas, empresas menores também estão colocando esforços no desenvolvimento de pratos atrativos e sem proteína animal. A rede de restaurantes Brasileirinho lançou, em julho do ano passado, a linha Veganíssimos, com três pratos: estrogonofe vegano de palmito, mexidinho vegano e nhoque de batata doce. “A linha foi idealizada a partir de uma parceria que fizemos com a Sociedade Vegetariana Brasileira, a SVB. Ela conta, inclusive, com o selo de qualidade da sociedade”, explica o diretor executivo do Brasileirinho, Jhonathan Ferreira.A linha foi idealizada em parceria com a Sociedade Vegetariana Brasileira e possui o selo de qualidade dela. Segundo Ferreira, os esforços para a criação dos pratos foram para acompanhar as mudanças nos hábitos do consumidor. “Queríamos trazer mais uma opção para atingir um público maior. Identificamos que teve uma aceitação grande e um crescente de vendas que nos surpreendeu referente à inclusão dessas opções”, comenta, acrescentando que hoje as vendas da linha Veganíssimos representa 15% do faturamento total da empresa. Mudança de hábito Segundo uma pesquisa do Ibope conduzida em abril deste ano, a população que se declara vegetariana cresceu 75% em relação a 2012. Além disso, o levantamento apontou que mais da 55% dos entrevistados declarou que consumiria mais produtos veganos se estivessem melhor indicados na embalagem e 60% se tivessem o mesmo preço que os produtos que estão acostumados a consumir. Nas capitais do País, o número sobe para 65%.Para Cristina, as pessoas estão procurando mais opções saudáveis e uma alimentação baseada em plantas, dependendo da forma que é preparada, pode oferecer isso. “O Brasil está entre os dez países com o maior número de obesos, sendo quase 53% da população. As opções veganas são uma alternativa para mudar isso”, analisa.Além do prato As mudanças de hábitos por parte da população que se considera vegetariana ou vegana vão além da alimentação. Roupas, cosméticos e assessórios fabricados sem matéria-prima animal também fazem parte do dia a dia desses consumidores. Desta forma, a marca de cosméticos veganos Feito Brasil, inaugurada em 2004, passou a vender na Sephora, uma das maiores lojas de produtos de beleza do Brasil, em 2013, observando crescimento de 120% em relação aos anos anteriores – quando vendiam somente pelo próprio e-commerce.Sem testes em animais e totalmente à base de ingredientes vegetais, todos os produtos da Feito Brasil são veganos e, segundo a fundadora, Lena Peron, seguem os padrões da Anvisa. “Para evitarmos a crueldade com bichinhos, fazemos os testes em tecidos produzidos in vitro, para, somente depois de 100% seguro, passar os produtos para o teste de eficácia em humanos voluntários, sob a supervisão de dermatologistas”, explica, acrescentando aproximadamente 40% dos clientes da marca são veganos.
DCI - 30/11/2018
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