Thursday, July 20, 2017

Condor sobrevive aos importados e prevê crescimento de 13% em 2017

São Paulo - A brasileira Condor está diversificando o portfólio para crescer no acirrado mercado de higiene e beleza. Com investimentos em novos produtos e inovação - estratégia que combate os importados -, a companhia prevê crescimento de 13% para 2017.
"Além do aumento de produtividade, conseguimos inovar ao investir em inteligência para antecipar tendências, o que se mostrou primordial no ganho de competitividade", afirmou ao DCI o diretor comercial da Condor, Fábio Rose.
Com 88 anos de história, a Condor é um case de empresa brasileira que sobreviveu à invasão de importados, principalmente vindos da China.
"Investimos não só em bens de capital para elevar a produtividade, mas também em inteligência. No nosso negócio, é possível criar demanda mesmo sem necessidade, e nós conseguimos competir com o produto importado", garante o executivo.
Ele conta que no segmento de beleza, por exemplo, dois grandes concorrentes no Brasil importam muito. "Nos últimos anos, sofremos consideravelmente com o produto importado, mas temos investido para identificar e antecipar tendências de moda."
Um exemplo de invasão de importados é o negócio de escovas de cabelo. A oferta estrangeira no mercado brasileiro é vasta, porém, o executivo relata que há um antidumping para o produto chinês há cerca de sete anos. "Mas muitas empresas passaram a importar de países periféricos à China. O problema só foi reduzido, mas não acabou", destaca.
Neste sentido, ele reforça a importância dos investimentos em inovação e produtividade. "O antidumping tem que vir para ajudar por um tempo e não para proteger", avalia.
Segmentos
A Condor atua basicamente em higiene, beleza, limpeza (como vassouras, por exemplo), acessórios para pinturas imobiliárias e artísticas. Segundo Rose, cerca de 85% da receita bruta anual está ligada às três primeiras áreas. Cerca de 8% da receita total da empresa vêm das exportações.
"Hoje, nossas linhas mais saturadas são limpeza, higiene bucal e beleza, respectivamente", explica. A Condor possui fábrica em São Bento do Sul (SC) e acaba de incorporar a produção de gel dental, que antes era terceirizada.
"Todo o resto do portfólio já era produzido por nós. Agora detemos a fabricação de 100% dos nossos produtos." Ele acrescenta que o posicionamento de preços depende da categoria de produtos.
O diretor da Condor relata ainda que a empresa foi a primeira do Brasil a fabricar escovas de dente. "Este mercado é extremamente pulverizado, mas figuramos no terceiro lugar em vendas totais e, no segmento infantil, somos líderes", garante Rose.
Parte desse desempenho se deve ao licenciamento de marcas como a Galinha Pintadinha. "Brigamos com multinacionais de grande porte no segmento de higiene bucal e essa estratégia nos abriu portas", complementa.
Ele estima que o licenciamento equivale a aproximadamente 10% do custo de uma escova de dente produzida pela empresa. "O royalty acaba fazendo parte do custo."
Rose afirma que, desde 2010, a Condor vem crescendo a uma média anual de 10% a 15%. No entanto, em 2015, devido à crise econômica, a empresa cresceu bem menos.
"Já em 2016, voltamos a ter um crescimento maior, em torno de 10%", pondera.
O executivo conta que uma das estratégias foi reduzir a carteira de clientes diretos - que em 2010 eram aproximadamente 10 mil - e ampliar os negócios com distribuidores.
"Em muitos lugares não éramos competitivos para entregar diretamente, principalmente pequenos negócios espalhados pelo País. Por esse motivo, hoje temos cerca de 1,5 mil clientes diretos e 51 distribuidores", observa.
Contudo, a principal estratégia para crescer 13% neste ano será o maior número de lançamentos e relançamentos de produtos.
"São 88 anos de história. Só de chegar a esse marco já nos consideramos vitoriosos. Além disso, somos sobreviventes em combater os importados", assinala o diretor da Condor.
DCI - 20/07/2017
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