A General Brands aposta no aumento da demanda por sucos em pó para incrementar os ganhos neste ano. A expectativa da fabricante é registrar alta de 20% no volume e faturamento ante 2014.
Segundo o presidente da General Brands, Isael Pinto, o aumento das encomendas de sucos em pó pelo varejo nos últimos meses tem sustentado a expansão da receita da empresa. "Temos observado que o consumidor final está com uma cesta de compra bem menor este ano e o varejista quer alternativas para manter as vendas", diz ele.
O executivo explica que, com a renda dos brasileiros mais pressionada neste ano, a venda de sucos de néctar, cujo preço é maior, tem recuado. "A retração [na categoria] de néctar tem sido compensada pela alta das versões em pó", lembra. Para estimular ainda mais a demanda por esses produtos, a fabricante ampliou o portfólio com o lançamento de um novo tamanho de embalagem para a marca Camp.
"Antes, tínhamos apenas a embalagem para dois litros e agora temos para cinco litros", detalha. Com foco em produtos de combate no setor de alimentos, a fabricante também oferece sucos em pó em uma faixa de preço inferior à linha do Camp com a marca Fructos. "Nossa estratégia é atender diferentes consumidores, mas miramos, principalmente, nas famílias de menor renda."
Negociação
Para garantir a competitividade nesse nicho de mercado, no qual a briga por preço é mais acirrada, a General Brands reajustou sua tabela em apenas 5,5% neste ano. "Buscamos constantemente alternativas para segurar ao máximo os repasses, mantendo o nosso produto como alternativa de bom custo-benefício", afirma.
No acumulado do ano até setembro, Isael Pinto estima que os custos de produção estão em média 15% maiores.
A estratégia para não perder rentabilidade, revela o executivo, tem sido negociar de forma mais agressiva com os fornecedores para reduzir o percentual de reajuste da matéria-prima. "No início de outubro vamos avaliar a situação econômica e decidir se será necessário fazer outro ajuste."
A General Brands entrou com um pedido de recuperação judicial no ano passado e, segundo o empresário, tem conseguido recuperar as contas. "Foram meses difíceis, de forte contenção de despesas, mas nossa situação está estabilizada e, com essa alta na demanda por sucos em pó, estamos conseguindo entregar um bom resultado financeiro", diz.
A expectativa da fabricante é ampliar as vendas nos próximos meses, impulsionada pela temporada quente nas regiões Sul e Sudeste do País. "O mercado de suco para nós ainda é muito sazonal nessa parte do Brasil, então vamos aproveitar porque no inverno a demanda recua", revela ele.
Embora seja uma alternativa no curto prazo, dados da consultoria Euromonitor indicam que a categoria de néctar deve manter a expansão em ritmo mais acelerado que sucos em pó nos próximos anos. De 2009 a 2014, as vendas de sucos e chás em pó cresceram 54,4%, para US$ 1,85 bilhão, enquanto néctar avançou 111,3% para US$ 1,78 bilhão. Até 2019 a estimativa é que as categorias registrem alta de 14,9% e 77,9%, respectivamente.
DCI
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