Wednesday, October 15, 2014

Fabricantes de panetone diversificam para garantir crescimento neste ano

SÃO PAULO - Diante da retração da economia doméstica, as fabricantes de panetones decidiram diversificar para crescer neste ano. De acordo com a consultoria Datamark, a produção do setor deve avançar 11% quando comparado ao ano passado, para 110.676 toneladas.
A Pandurata, dona das marcas Bauducco, Visconti e Tommy, começou a fabricar em setembro e espera encerrar o ano com 65 milhões de unidades produzidas. Segundo a gerente de marketing da marca Bauducco, Renata Del Claroa, o volume previsto está em linha com o ano anterior, mas a empresa busca alternativas para ampliar os negócios nesse segmento.
Ela conta que a Pandurata encontrou no Norte e no Nordeste uma oportunidade de expansão. As duas regiões têm recebido atenção especial do grupo, devido a baixa penetração das marcas e menor consumo médio na categoria de panetones.
"Os panetones são um dos mais importantes produtos para a companhia, que concentra esforços no final de ano", afirma Renata.
A Pandurata, junto com Nestlé e Arcor, representam 70% desse mercado.
Produtos
A empresa também investe no segmento de panetones recheados, depois de identificar o potencial de crescimento desses produtos. "Nos últimos anos estamos monitorando muito mais o mercado e o consumidor com pesquisas", conta.
Já a Ofner preferiu apostar investimentos agressivos em publicidade para aumentar sua participação no mercado. "Nós temos investido em publicidade, novas embalagens e abertura de novas lojas para crescer, mas este ano está mais difícil", revela o diretor comercial da Ofner, Laury Roman.
Mesmo assim, o executivo estima crescimento de 8% no segmento de panetones ante 2013. Por se tratar de uma empresa que produz e vende em lojas próprias, o desempenho no varejo impacta diretamente o resultado final.
Depois de ampliar a capacidade produtiva de suas instalações, na zona sul da capital paulista, a expectativa da Ofner é fabricar entre 420 e 430 toneladas de panetones neste ano. Além disso, a empresa deve entregar mais 250 toneladas para outras chocolaterias.
Laury Roman conta que para suprir a demanda do Natal, cerca de 240 funcionários temporários são contratados todos os anos. "É natural que o baixo crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] é extremamente ruim e afeta as vendas com certeza, mas o Natal, geralmente, se descola do cenário de crise", explica o executivo.
Apesar da expectativa para o Natal, a empresa prevê encerrar o ano com expansão de 2%, considerando a fabricação de todos os itens da marca.
A Cacau Show, uma das concorrentes da rede paulista e considerada uma gigante no segmento de empresas que produzem e comercializam em lojas próprias, espera aumento de 22% no volume de vendas somente no Natal, em relação ao mesmo período de 2013.
A empresa estima que serão, aproximadamente, 4,1 milhões de panetones produzidos no período, o equivalente a 2,6 mil toneladas do produto.
Margem pressionada
Na avaliação do executivo do Grupo Village, Reinaldo Bertagnon, este ano o cenário econômico está mais difícil, mas ele não acredita que a categoria seja afetada por se tratar de um produto barato que não tem peso expressivo no orçamento das famílias. Ele reconhece, porém, que os custos foram maiores e houve necessidade de repassar esse aumento para o produto. "Alguma coisa a gente sempre segura e não repassa, o que reduz um pouco a nossa margem", afirma Bertagnon.
O reflexo do descompasso aparece nas projeções da empresa. Segundo Bertagnon o faturamento deve avançar entre 6% a 7% em 2014, enquanto a produção crescerá de 7% a 8% sobre o ano anterior.
Bertagnon observou também uma demora, de cerca de 15 dias, na entrada dos panetones nas gôndolas dos supermercados, mas não sentiu redução da demanda. Segundo ele, o atraso aconteceu porque os varejistas optaram por dar mais espaço aos produtos relacionados ao Dia da Criança.
Diário Comercio Indústria & Serviços - 15/10/2014
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